segunda-feira, 9 de junho de 2008

~ Deficiente Auditivo



SURDEZ - COMO PREVENIR - O QUE FAZER

São muito os fatores que levam à deficiência auditiva ou surdez. Há também atitudes preventivas que possibilitam impedir que a criança venha a desenvolver deficiência auditiva. Mas, uma vez constatada a deficiência, a busca de tratamento deve ocorrer rapidamente. Conheça algumas dicas para reconhecer sinais de deficiência auditiva e como lidar com a situação.

●● Deficiência auditiva - O que é Deficiência auditiva é o nome usado para indicar perda de audição ou diminuição na capacidade de escutar os sons. Qualquer problema que ocorra em alguma das partes do ouvido pode levar a uma deficiência na audição. Entre as várias deficiências auditivas existentes, há as que podem ser classificadas como condutiva, mista ou neurossensorial.

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O que causa ?

São várias as causas que levam à deficiência auditiva. A deficiência auditiva condutiva, por exemplo, tem como um dos fatores o acúmulo de cera no canal auditivo externo, gerando perda na audição. Outra causa são as otites. Quando uma pessoa tem uma infecção no ouvido médio, essa parte do ouvido pode perder ou diminuir sua capacidade de "conduzir" o som até o ouvido interno.

No caso da deficiência neurossensorial, há vários fatores que a causam, um deles é o genético. Algumas doenças, como rubéola, varíola ou toxoplasmose, e medicamentos tomados pela mãe durante a gravidez podem causar rebaixamento auditivo no bebê.
Também a incompatibilidade de sangue entre mãe e bebê (fator RH) pode fazer com que a criança nasça com problemas auditivos. Uma criança ou adulto com meningite, sarampo ou caxumba também pode ter como seqüela a deficiência auditiva. Infecções nos ouvidos, especialmente as repetidas e prolongadas e a exposição freqüente a barulho muito alto também podem causar deficiência auditiva.

●● Como reconhecer

Nos primeiros meses o bebê reage a sons como o de vozes ou de batidas de portas, piscando, assustando-se ou cessando seus movimentos. Por volta do quarto ou quinto mês a criança já procura a fonte sonora, girando a cabeça ou virando seu corpo. Se o bebê não reage a sons de fala, os pais devem ficar atentos e procurar aconselhamento com o pediatra, pois desde cedo o bebê distingue, pela voz, as pessoas que convivem com ele diariamente.
Deve-se também estar atento à criança que assiste à televisão muito próxima do aparelho e que pede sempre para que o volume seja aumentado; só responde quando a pessoa fala de frente para ela; não reage a sons que não pode ver; pede que repitam várias vezes o que lhe foi dito, perguntando "o quê?", "como?" ou tem problemas de concentração na escola.
No caso da deficiência em crianças, deve-se observar que há diferentes tipos de problemas auditivos e deve-se recorrer a métodos que melhor se adaptem às necessidades de cada criança.

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Como evitar Há várias formas de se evitar a deficiência auditiva. A mulher deve sempre tomar a vacina contra a rubéola, de preferência antes da adolescência, para que durante a gravidez esteja protegida contra a doença. Se a gestante tiver contato com rubéola nos primeiros três meses de gravidez, o bebê pode nascer surdo. A criança deve receber todas as vacinas contra as doenças infantis como sarampo e outras para prevenir-se contra possíveis deficiências. Também devem ser evitados objetos utilizados para "limpar" os ouvidos, como grampos, palitos ou outros pontiagudos. Outro cuidado a ser observado é para a criança não introduzir nada nos ouvidos, correndo-se o risco de causar lesões no aparelho auditivo. Se isto ocorrer, o objeto não deve ser retirado em casa. A vítima deve procurar atendimento médico.
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DIREITOS DO DEFICIENTE

Em um mundo cheio de incertezas, o homem está sempre em busca de sua identidade e almeja se integrar à sociedade na qual está inserido. Há, no entanto, muitas barreiras para aqueles que são portadores de deficiência, em relação a este processo de inclusão.
Geralmente, as pessoas com deficiência ficam à margem do convívio com grupos sociais, sendo privados de uma convivência cidadã. No Brasil, a Lei Federal n° 7853, de 24 de outubro de 1989, assegura os direitos básicos dos portadores de deficiência. Em seu artigo 8º constitui como crime punível com reclusão (prisão) de 1 a 4 anos e multa, quem:
Recusar, suspender, cancelar ou fazer cessar, sem justa causa, a inscrição de aluno em estabelecimento de ensino de qualquer curso ou grau, público ou privado, porque é portador de deficiência.

-Impedir o acesso a qualquer cargo público porque é portador de deficiência.
-Negar trabalho ou emprego, porque é portador de deficiência.
-Recusar, retardar ou dificultar a internação hospitalar ou deixar de prestar assistência médico-hospitalar ou ambulatória, quando possível, a pessoa portadora de deficiência.

●● O aluno com deficiência auditiva

Um aspecto a ser comentado é a classificação da pessoa com necessidade especial, possível de crítica por levar ao rótulo que tem a deficiência como uma desvantagem, um desvio da norma , ocasionando segregação e marginalização.Na perspectiva da inclusão, esse problema deixa de existir, pois todos estão sob o princípio da igualdade.Mas é inegável que cada aluno tem sua própria historia composta pelo seu ambiente familiar , social, econômico, emocional ,além das suas condições orgânicas.Especialmente na deficiência auditiva, a “história” do aluno precisa ser reconhecida para ser melhor aproveitada.Mais do que isso, é determinante quanto ao tipo de escola e recursos que podem proporcionar seu melhor aproveitamento.

Couto-Lenzi (1997) expõe muito claramente a condição do indivíduo com deficiência auditiva. Sua única limitação seria na percepção dos sons , que pode afeta-lo em diferentes graus. Mas o avanço científico e tecnológico é capaz de proporcionar dispositivos que favorecem sua capacidade de compreensão.O grande obstáculo é o acesso de tais aparelhos e aos atendimentos especializados.
Sob este aspecto, há o direito do indivíduo surdo de integrar-se e exercer sua cidadania e, há sua potencialidade de realização , que se constitui em promessa na exata medida da condição sócio-econômico-cultural da sua família.
Ainda hoje o trabalho com o deficiente auditivo é controverso.Existem duas grandes linhas: a oralista, com métodos que utilizam o treinamento oral, e a Língua de Sinais.
No entanto, o sistema educacional com classes e escolas especiais favoreceu e segregação e o surgimento das comunidades surdas.
Em se tratando de aluno com deficiência auditiva, o que parece certo é que não se deve pautar pelo maniqueísmo; não há uma regra ou uma receita que garanta o bom resultado.
Cada criança tem sua historia, e sem duvida , o professor e a escola terão o papel decisivo do seu desempenho.
De qualquer forma , por uma ou outra opção, poucos são os casos bem sucedidos.O motivo real do fracasso não parece estar pois, nessa folha, feita pela família ou imposta pela conjuntura onde a mesma se insere. Parece lícito supor que o desenvolvimento insatisfatório dos surdos sofreu até agora as mesmas conseqüências da falta de uma política educacional democrática efetiva que explorasse os muros escolares e permeasse a construção dos futuros cidadãos , sem os preconceitos até agora arraigados.
Uma pesquisa que ilustra as dificuldades enfrentadas pelos deficientes auditivos na escola foi realizada em Bauru-SP por Gatti (2000). A autora analisou 27 deficientes auditivos com 7 a 14 anos, matriculados em escolas regulares ou não.Constatou que 92,5% freqüentavam o ensino regular, porém. O sistema educacional não oferecia um atendimento adequado pois os alunos com perda auditiva grave (22,2%) necessitavam de recursos que não estavam disponíveis.As famílias adotaram procedimentos paralelos tais como terapia fonoaudiológica. e reforço pedagógico, para que esses alunos, principalmente os que apresentavam perdas graves, tivessem meios para um processo de reabilitação mais eficaz e com possibilidades de sucesso.
A pesquisa mostrou que os indivíduos com perda de audição de grau leve a moderado não encontraram grandes obstáculos para o processo de escolarização e freqüentavam series compatíveis com a faixa etária (40,8%).Já nos 22,2% dos indivíduos com perda severa a profunda, ficou evidente a dificuldade acadêmica diante da incompatibilidade da faixa etária com a série escolar.
De acordo com os dados do Censo Escolar do MEC até 1999 (Brasil 2001a), os deficientes auditivos constituíam 12,8% dos alunos matriculados com necessidades especiais.A grande maioria (31.825 de um total de 47.810) estava no ensino fundamental.Apenas 899 tinham chegado ao ensino médio A pré-escola ,essencial para o desenvolvimento da criança deficiente auditiva , contava com apenas 6.618 alunos matriculados. Tais números mostram o insucesso do deficiente auditivo no sistema mantido até então, apesar dos recursos disponíveis : ensino itinerante, sala de recursos e classe especial.

Inclusão e Exclusão do deficiente auditivo

Apesar do amparo legal que tem a educação em todos os níveis educacionais, sabe-se que a sua efetivação prática ainda não acontece. Há pessoas portadoras de necessidades educativas especiais em todos os níveis. No entanto, a partir da 5º série do 1º grau, o acesso a educação da pessoa portadora de necessidades educativas especiais torna-se mais difícil pela falta de oferta.Sob o enfoque sistêmico, a educação especial integra o sistema educacional vigente, identificando-se com sua finalidade, que é a de formar cidadãos conscientes e participativos.
Sendo assim, é necessário o oferecimento desta modalidade sistêmica à todas pessoas que necessitam.Mas a Constituição garante a todos o direito de estudar e participar em classes “normais”, principalmente no que se refere a escola pública, e existe uma corrente de pesquisadores que acreditam que aos portadores de deficiências a segregação em escolas especiais não está contribuindo para que o mesmo se torne participante da sociedade, desenvolva suas aptidões de forma adequada e possa se adaptar no mercado de trabalho.
Assim, dentro da nova proposta do governo a inserção do portador de deficiência auditiva em uma classe normal já é uma constatação, as escolas devem se adaptar bem como os seus professores devem estar aptos a assumir uma sala de aula cujos alunos sejam diferentes agora não só em nível de cultura e conhecimento, mas também em condições e rítmo de aprendizagem. Como será esta inserção? Será que os professores terão condições de desenvolver uma programação igualitária para todos? Será que a escola pública está preparada para assumir seu papel diante dos familiares e destes alunos portadores de deficiências ? Existe adequação nas salas de aulas para atender as necessidades destes alunos portadores de deficiência auditiva?
“Freqüentemente me pedem para descrever a experiência de dar à luz uma criança com deficiência. Seria como...Ter um bebê é como planejar uma fabulosa viagem de férias PARA A ITÁLIA. Você compra montes de guias e faz planos maravilhosos! O Coliseu. O Davi de Michelangelo. As gôndolas em Veneza. Você pode até aprender algumas frases em italiano. É tudo muito excitante.Após meses de antecipação, finalmente chega o grande dia! Você arruma as malas e embarca. Algumas horas depois, você aterrissa. O comissário de bordo chega e diz: Bem-vindo à Holanda! Holanda??- diz você. O que quer dizer com Holanda?? Eu escolhi a Itália ! Eu devia ter chegado à Itália. Toda a minha vida eu quis conhecer a Itália! Mas houve uma mudança no plano de vôo. Eles aterrissaram na Holanda e é lá que você deve ficar. O mais importante é que eles não levaram você para um lugar horrível e desagradável, com sujeira, fome e doença. É apenas um lugar diferente. Você precisa sair e comprar outros guias.
Deve aprender uma nova língua. E irá encontrar pessoas que jamais imaginara. É apenas um lugar diferente. É mais baixo e menos ensolarado que a Itália. Mas, após alguns minutos, você pode respirar fundo e olhar ao redor. Começa a notar que a Holanda tem moinhos de vento, tulipas e até Rembrandts e Van Goghs. Mas, todos os que você conhece estão ocupados indo e vindo da Itália, comentando a temporada maravilhosa que passaram lá. E por toda a sua vida você dirá: Sim, era onde eu deveria estar. Era tudo o que eu havia planejado. A dor que isso causa nunca, nunca irá embora. Porque a perda desse sonho é uma perda extremamente significativa. Porém, se você passar toda a vida remoendo o fato de não ter chegado à Itália, nunca estará livre para apreciar as coisas belas e muito especiais existentes na Holanda. (Emily Perl Knisley, 1987).”



Um comentário:

Profª Mirya Cordova disse...

Bom conteúdo,, senti falta de mais recursos visuais, nota 3,5
profª Mirya